Livros

10 livros que marcaram meu ano de 2024

Que tal conferir minha lista de livros preferidos de 2024 e, quem sabe, encontrar sua próxima leitura?

Meus livros preferidos de 2024

Nem só de leituras técnicas vive essa redatora e, no final do ano passado, resolvi que iria retomar o hábito da leitura em 2024. A ideia era ler algo em torno de 50 livros nos próximos 12 meses. 

Pois bem, dezembro chegou e, como vida é cheia de plot twists, meu saldo literário foi de “apenas” 42 livros. 

Na verdade, fiquei bem orgulhosa com esse número. Afinal, entre tarefas, imprevistos e até umas ressacas literárias, foi uma bela conquista.

Entre esses 42 companheiros de risadas, lágrimas e reflexões, selecionei os 10 que mais marcaram meu ano. São histórias que me conquistaram e que gostaria de compartilhar com todo mundo (ou, pelo menos, com você agora). 

Vem conferir essa lista que é puro amor literário e, quem sabe, encontrar seu próximo livro favorito! 

1. Caderno proibido 

Alba de Céspedes 

Um clássico moderno da literatura italiana, Caderno Proibido apresenta Valeria Cossati, uma mulher de classe média na Roma dos anos 1950, que, ao comprar clandestinamente um caderno, transforma-o em seu diário secreto. 

Entre os papéis de mãe, esposa e funcionária, Valeria vai descobrindo, a medida que escreve, uma nova consciência de si mesma, enfrentando conflitos familiares e questionando seu papel na sociedade. 

Escrita por Alba de Céspedes, uma das maiores autoras italianas do século XX, a obra é um retrato profundo da intimidade feminina e das mudanças no pós-guerra.

Curiosidade: a autora é uma das influências da aclamada e misteriosa Elena Ferrante.

2. O ano do pensamento mágico 

Joan Didion 

O livro é uma poderosa reflexão sobre amor, luto e as reviravoltas da vida. 

Após visitar sua filha Quintana, hospitalizada com pneumonia e choque séptico, Didion e seu marido, John, sentam-se para jantar. Porém, a rotina familiar é interrompida por um ataque cardíaco fulminante que tira a vida de John, encerrando uma parceria de quarenta anos. 

Enquanto enfrenta a perda do marido, Joan ainda lida com as complicações da saúde de Quintana, que, após uma breve recuperação, sofre um colapso e passa por uma delicada cirurgia cerebral.

Com sensibilidade e lucidez, a autora transforma sua dor em um relato universal sobre a fragilidade da vida, a profundidade das relações e a complexidade do luto, tocando qualquer leitor que já experimentou o amor e a perda.

3. Uma vida pequena 

Hanya Yanagihara 

O livro mais triste e perturbador que já li em toda a minha vida. Fala de amor, amizade e os limites da resistência humana. 

A história acompanha quatro amigos, Willem, JB, Malcolm e Jude, que deixam uma pequena faculdade de Massachusetts para buscar uma vida melhor em Nova York. 

Unidos pela amizade e pelas ambições, eles enfrentam desafios marcados por vícios, sucesso, orgulho e as cicatrizes emocionais de Jude, o personagem central, cuja infância traumática molda sua vida de forma irreversível.

Finalista de prêmios como o Pulitzer e o Booker Prize, é uma das obras mais marcantes e impactantes da literatura contemporânea.

4. A capital da solidão + A capital da vertigem

Roberto Pompeu de Toledo 

Aqui temos uma dobradinha obrigatória para quem, assim como eu, ama São Paulo e quer saber mais sobre a história e formação da cidade.

Em “A capital da solidão”, Roberto Pompeu de Toledo reconstitui a história de São Paulo desde suas origens até 1900, revelando uma cidade que, por muitas vezes, enfrentou o abandono, a escassez de recursos e a aparente falta de perspectivas, chegando a beirar a extinção. 

Já em “A capital da vertigem, o autor narra a transformação de São Paulo no início do século XX até 1954, quando a vila desacreditada se torna a maior metrópole do Brasil. O livro retrata a explosão artística, industrial e social da cidade, marcada pela fuligem das chaminés, a fumaça dos automóveis e a presença dos imigrantes, consolidando-se como um símbolo de modernidade e crescimento vertiginoso.

Passei a ver a cidade com outros olhos depois dessa leitura. 

5. A cabeça do santo 

Socorro Acioli

Ri muito, e alto, com o livro. É uma leitura rápida e muito prazerosa, daquele tipo que te desliga totalmente da realidade. 

A história acompanha Samuel, um jovem que, após a morte da mãe, resolve atender seu último pedido e faz uma jornada a pé de Juazeiro do Norte até a cidade quase deserta de Candeia, no sertão do Ceará. Lá, encontra abrigo na cabeça oca de uma estátua inacabada de Santo Antônio, onde começa a ouvir as vozes femininas que rezam ao santo.

Com a ajuda de Francisco, um novo amigo, Samuel transforma seu dom em um serviço que atrai fiéis e promove casamentos, revitalizando a cidade. Porém, em meio ao caos crescente, ele se apaixona por uma misteriosa voz que ecoa entre as demais preces, mudando ainda mais sua vida e seu destino.

Curiosidade: o livro foi desenvolvido na oficina Como Contar um Conto, promovida por Gabriel García Márquez em Cuba.

6. A vegetariana 

Han Kang

Amei! Impactante e, apesar de um tema difícil, a leitura é fácil. Quero ler outros livros da autora nos próximos meses.

O livro de Han Kang, vencedora do Nobel de Literatura em 2024, conta a história de Yeonghye, uma mulher comum cuja decisão de parar de comer carne, após um sonho perturbador. Essa escolha simples se desdobra em um processo de desapego progressivo e destrutivo que afeta não apenas sua vida, mas também as pessoas ao seu redor.

Narrado em três perspectivas, o romance explora o distanciamento de Yeonghye da condição humana, enquanto ela rejeita as imposições de sua família e da sociedade. 

Misturando rebelião, tabu, violência e erotismo, a obra é uma fábula contemporânea intensa e perturbadora, considerada uma das mais marcantes da ficção moderna.

7. Sr. Loverman 

Bernardine Evaristo

Comecei a leitura sem esperar muito e fui surpreendida positivamente.

Bernardine Evaristo conta a história de Barrington Jedidiah Walker, um homem carismático e elegante de 74 anos que vive em Londres. Nascido em Antígua, ele construiu uma vida confortável com sua esposa Carmel, mas esconde um segredo: há décadas mantém um relacionamento amoroso com Morris, seu amigo de infância.

Agora, Barry decide enfrentar a verdade e deixar seu casamento para viver com o verdadeiro amor de sua vida, arriscando sua estabilidade familiar e social. 

Com humor e sensibilidade, o livro aborda temas como sexualidade afro-caribenha, imigração, conflitos geracionais e identidade, oferecendo um retrato complexo e humano de um personagem singular.

Curiosidade: o livro virou série da BBC com Lennie James e Ariyon Bakare nos papéis principais. 

8. A prateleira do amor: sobre mulheres, homens e relações

Valeska Zanello

Esse livro deveria ser leitura obrigatória para todas as mulheres. 

Nele, a autora investiga as diferenças de gênero no amor romântico. Questiona porque mulheres frequentemente expressam insatisfação amorosa, valorizam tanto a beleza como capital e acabam “adotando” seus parceiros, enquanto os homens evitam o envolvimento emocional e focam no trabalho e na quantidade de conquistas sexuais.

Com a metáfora da “prateleira do amor”, Zanello ilustra como o amor é identitário para as mulheres, levando-as a permanecer em relações abusivas, enquanto para os homens é uma fonte de lucro afetivo. 

9. Asas da loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont 

Paul Hoffman

Livro espetacular sobre um homem a frente de seu tempo que revolucionou a aviação. 

Desde sua chegada a Paris aos 18 anos, movido pelo sonho de aproximar pessoas com aeronaves acessíveis, até seu reconhecimento como “conquistador do ar”, o livro detalha suas glórias e tormentos.

Idealista e visionário, Dumont acreditava no poder transformador da tecnologia, mas se desgostou ao ver suas invenções usadas para destruição durante a Primeira Guerra Mundial. A consagração dos irmãos Wright como pioneiros da aviação e seus próprios distúrbios psicológicos agravaram seu sofrimento, levando a um fim trágico.

Com uma narrativa envolvente, o autor resgata a memória deste gênio tímido e atormentado, que deixou um legado indelével na história da aviação e simboliza os dilemas do século XX.

10. Lutas e metamorfoses de uma mulher

Édouard Louis 

Édouard Louis foi o autor queridinho de 2024 com sua escrita incisiva e marcada pela crítica social, em relatos íntimos, porém universais. 

Nesse livro  ele dá continuidade ao seu projeto autobiográfico, narrando a história de libertação de sua mãe, que lutou contra a opressão e as limitações impostas a ela. 

A partir da análise de uma fotografia, o autor reconstrói a trajetória da mãe, revelando como ela sobreviveu a adversidades que poderiam tê-la destruído. 

E aí, gostaram da minha lista? Em 2025 tem mais, muito mais livros.


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